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Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul é uma das 27 unidades federativas do Brasil.[5] Localizado na Região Sul,[6] possui como limites o estado de Santa Catarina ao norte, o oceano Atlântico ao leste, oUruguai ao sul e a Argentina a oeste.[7] Sua capital é o município de Porto Alegre.[8] As cidades mais populosas são: Porto Alegre, Caxias do Sul, Pelotas, Canoas e Santa Maria.[9] O relevo é constituído por uma extensa baixada, dominada ao norte por um planalto.[10] Uruguai, Taquari, Ijuí, Jacuí, Ibicuí, Pelotas e Camacuã são os rios principais.[10] O clima é subtropical[10] e aeconomia do Estado se baseia na agricultura (soja, trigo, arroz e milho), na pecuária e na indústria (de couro e calçados, alimentícia, têxtil, madeireira, metalúrgica e química).[11]
Em 1627, jesuítas espanhóis criaram missões, próximas ao rio Uruguai, mas foram expulsos pelos portugueses, em 1680, quando a coroa portuguesa resolveu assumir seu domínio, fundando aColônia do Sacramento. Os jesuítas portugueses estabeleceram, em 1687, os Sete Povos das Missões. Em 1737, uma expedição militar portuguesa tomou posse da lagoa Mirim. Em 1742, os colonizadores fundaram a vila de Porto dos Casais, depois chamada Porto Alegre. As lutas pela posse das terras, entre portugueses e espanhóis, teve fim em 1801, quando os próprios gaúchosdominaram os Sete Povos, incorporando-os ao seu território. Em 1807, a área foi elevada à categoria de capitania. Grupos de imigrantes italianos e alemães começaram a chegar a partir de 1824. A sociedade estancieira passou então a coexistir com a pequena propriedade agrícola, diversificando a produção. Durante o século XIX, o Rio Grande do Sul foi palco de revoltas federalistas, como a Guerra dos Farrapos (1835-45), e participou da luta contra Rosas (1852) e da Guerra do Paraguai (1864-70). As disputas políticas locais foram acirradas no início da República e só no governo de Getúlio Vargas (1928) o Estado foi pacificado.[12]
É o estado mais meridional do país, conta com o quarto maior PIB[13] - superado apenas por São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais -, o quinto mais populoso[14] e o quinto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais elevado.[4] O estado possui papel marcante na história do Brasil, tendo sido palco da Guerra dos Farrapos, a mais longa guerra civil do país. Sua população é em grande parte formada por descendentes de portugueses, alemães, italianos, africanos e indígenas. Em pequena parte por espanhóis, poloneses e franceses, dentre outros imigrantes.[15]
Em certas regiões do estado, como a Serra Gaúcha e a região rural da metade sul, ainda é possível ouvir dialetos da língua italiana (talian) e do alemão (Hunsrückisch, Plattdeutsch).[15] Esseestado brasileiro originalmente teve sua economia baseada na pecuária bovina que se instalou no Sul do Brasil durante o século XVII com as missões jesuíticas na América, e posteriormente expandiu-se aos setores comercial e industrial, especialmente na metade norte do Estado.[16]

Etimologia

O nome do estado originou-se de uma série de erros e discordâncias cartográficas, quando se acreditava que a Lagoa dos Patos fosse a foz do Rio Grande, que já era demonstrado em mapas neerlandeses, décadas antes da colonização portuguesa na região. Pelo que se sabe até agora, o primeiro cartógrafo dos Países Baixos a registrar a Lagoa dos Patos, ainda considerada o Rio Grande, foi Frederick de Wit, em seu atlas de 1670. Já o primeiro registro cartográfico feito por um neerlandês a mostrar o suposto rio com um formato próximo ao que é conhecido hoje da referida lagoa foi Nikolaus Visscher, em 1698. Apesar de ele não ter sido o primeiro a mencionar os índios Patos que habitavam suas margens e boa parte do litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, foi ele quem associou o nome à lagoa. Por volta de 1720, açorianos vindos de Laguna vieram à região de São José do Norte buscar o gado cimarrón vindo das missões, possibilitando a posterior fundação da cidade de Rio Grande, no ano de 1737. A partir do nome do município, surgiu também o nome do estado do Rio Grande do Sul.[17]
Os habitantes naturais do Rio Grande do Sul são denominados gaúchos, rio-grandenses-do-sul ou sul-rio-grandenses.[18] O gentílico no masculino do singular é gaúcho e no feminino do singular gaúcha.[19] É uma palavra oriunda do espanholgaucho, um adjetivo que, aplicado a pessoas pode signficar "nobre, valente e generosa" ou "camponês experimentado em pecuária tradicional", ou ainda "velhaco, astuto, dissimulado ou ardiloso experiente",[20] mas também pode ter o sentido de "vagabundo, contrabandista, desregrado e desprivilegiado".[21][22]

História

Na época do Descobrimento do Brasil, a região que hoje forma o Rio Grande do Sul era habitada pelos índios minuanos, charruas e caaguaras, que viveram há 12 mil anos a.C.[23][24] Eram bons ceramistase, na caça, usavam as boleadeiras, até hoje um dos instrumentos do peão gaúcho.[25][26]
Essas tribos viveram muito tempo sem contato com os brancos colonizadores.[26] As disputas entre Portugal e Espanha sobre os limites de suas possessões na América fizeram com que a região só fosse ocupada no século XVII.[27] Os padres jesuítas espanhóis foram os primeiros a se estabelecer no local.[26][28]

Ocupação

As peculiaridades geográficas do atual estado do Rio Grande do Sul, dividido em 11 diferentes regiões fisiográficas,[29] influíram para retardar a ocupação da terra, a leste, pelo conquistador europeu.[30][31]Outro fator negativo foi o Tratado de Tordesilhas, de 1494, que dividiu a soberania sobre os descobrimentos entre Portugal e Espanha por um meridiano ideal.[32] No caso do Brasil, o meridiano estendia-se das proximidades da ilha de Marajó até a baía da Laguna, em Santa Catarina.[32][33][33][34]
Ante as dúvidas surgidas sobre o ponto exato em que deveria passar a linha convencionada e achando-se o rio de São Pedro justamente na zona cuja confrontação se discutia, nenhuma daquelas duas nações se apressou a ocupá-lo, pelo temor de novas dificuldades diplomáticas. Contudo, em princípios do século XVII a Espanha penetrava na margem esquerda do Uruguai, por intermédio dos jesuítas que, a partir do Paraguai, estabeleceram suas reduções em vários pontos, chegando mesmo às cercanias da futura cidade de Porto Alegre e, de modo geral, senhoreando-se de todo o oeste rio-grandense.[33][34][35]
Os paulistas, por sua vez, não deixaram de entrar em contato com o indígena da região (tupi-guarani,  e guaicuru), sobretudo para garantir, através do mu, ou compadrio, o intercâmbio que se baseava no resgate do aborígine escravizado pelas tribos rivais. Daí resultou que habitantes de São Vicente, Santos e Piratininga, antes mesmo do aparecimento das bandeiras, fizessem ali freqüentes penetrações.[33][35][34]
A seguir, os bandeirantes destruíram a província do Guairá, desceram à província do Tape, no coração do Rio Grande, e à província do Uruguai, desbaratando as aldeias e aprisionando os índios, que levavam como escravos para suas lavouras.[36] Antônio Raposo Tavares foi um dos maiores chefes dessas expedições predatórias.[36] As aldeias foram arrasadas, seus habitantes mortos ou aprisionados, e os sobreviventes fugiram com os jesuítas, para o sul, onde se fixaram junto à margem direita do rio Uruguai.[33][34]
Ao levar a catequese, o aldeamento, as estâncias e os ervais a uma larga faixa do território, entre 1632 e 1634 os jesuítas estabeleceram reduções no alto Ibicuí (São Tomé, São Miguel, São José, São Cosme e São Damião). Ampliaram a área de penetração, alcançaram a bacia do Jacuí e fixaram outras reduções, inclusive para além da província do Tape (Santa Teresa, Santa Ana, São Joaquim, Natividade, Jesus Maria, São Cristóvão).[33][34][35]
Nessa linha recuada, próxima às bases de socorro do poder espanhol do Paraguai e do Rio da Prata, não encontraram a tranqüilidade esperada.[35] Acossados tenazmente pelos bandeirantes, não puderam consolidar suas conquistas territoriais.[35]A vitória alcançada contra os paulistas na batalha de Mbororé, em 1641, não foi suficiente para permitir a fixação das reduções.[37] O êxodo das populações indígenas -- já iniciado depois do assalto da bandeira de Raposo Tavares, em 1637 -- se intensificou, com a transferência dos jesuítas e dos índios para a margem direita do rio Uruguai, na fértil mesopotâmia do Paraná.[33][34][38]
Concluiu-se, por força de tais acontecimentos, a primeira fase da civilização jesuítica no território do atual Rio Grande do Sul, com o abandono de terras abertas aos que primeiro chegassem para ocupá-las, aventureiros e colonizadores.[39] Somente depois de 1680, com a fundação da Colônia do Sacramento, na margem superior do rio da Prata, a região passou a ser objeto de disputa política por parte de portugueses e espanhóis.[33][40][41]

Geografia

O estado do Rio Grande do Sul ocupa uma área de 281.748,538 km²[58] (cerca de pouco mais que 3% de todo território nacional, equivalente ao do Equador)[59] e com fuso horário -3 horas em relação a hora mundial GMT.[60] Todo o seu território está abaixo do Trópico de Capricórnio.[61] No Brasil, o estado faz parte da região Sul,[62] fazendo fronteiras com o estado de Santa Catarina e dois países: Uruguai e Argentina.[63] É banhado pelo oceano Atlântico e possui duas das maiores lagoasdo Brasil: a Lagoa Mirim e a Lagoa Mangueira, além de possuir uma das maiores lagunas do mundo: a Lagoa dos Patos, que possui água salobra.[63]
Sua população constitui cerca de 6% do número de habitantes do país.[59]

Geologia e relevo

O estado do Rio Grande do Sul apresenta, em sua maior parte, relevo baixo, com setenta por cento de seu território a menos de 300m de altitude. A única porção elevada, com mais de 600m de altitude, nonordeste, compreende 11% da superfície total. Podem-se descrever quatro unidades morfológicas no estado: a planície litorânea, o planalto dissecado de sudeste, a depressão central e o planaltobasáltico.[64]

Planície costeira

Também conhecida como planície litorânea. Toda a fachada leste do estado é ocupada pela planície litorânea, que consiste em terrenos arenosos com cerca de 500 km de extensão no sentido nordeste-sudoeste e largura muito variável. Os areais se desenvolvem tanto nas margens orientais quanto nas ocidentais das lagoas dos Patos e Mirim. Essas lagoas apresentam um desenho característico, com recorte lobulado, em virtude das pontas de areia que de uma e outra margem se projetam para dentro delas. Ao contrário do que acontece no interior das lagoas, a linha da costa apresenta traçado regular. A planície litorânea é constituída pela justaposição de cordões litorâneos (restingas), que às vezes deixam entre si espaços vazios ocupados por lagoas alongadas ou banhados

Planalto Dissecado de Sudeste

Também denominado impropriamente Serras de Sudeste, o planalto dissecado de sudeste compreende um conjunto de ondulações cujo nível mais alto não ultrapassa 500 m. Trata-se de um planaltoantigo, cuja superfície tabular só foi preservada entre alguns rios. Esses terrenos pré-cambrianos constituem o chamado escudo rio-grandense e ocupam toda a porção sudeste do estado, formando uma área triangular cujos vértices correspondem aproximadamente às cidades de Porto Alegre, Dom Pedrito e Jaguarão. O conjunto está dividido, pelo vale do rio Camaquã, em duas grandes unidades, uma aonorte e outra ao sul, denominadas serras de Herval e Tapes, respectivamente. É o domínio típico das campinas, cuja melhor expressão é encontrada na campanha gaúcha.[65]

Depressão Central

Constituída por terrenos da era paleozoica, a Depressão Central forma um arco em torno do planalto dissecado de sudeste, envolvendo-o dos lados norte, oeste e sul. Forma um amplo corredor com aproximadamente cinquenta quilômetros de largura média e 770 km de extensão, dos quais 450 no sentido leste-oeste, 120 no sentido norte-sul e 200 no sentido oeste-leste. A topografia suave e a pequena altitude em relação ao nível do mar (menos de cem metros), permitem classificar a depressão central como uma planície suavemente ondulada.[65

Clima

Dois tipos climáticos caracterizam o Rio Grande do Sul: o clima subtropical úmido e o clima oceânico.
O clima subtropical úmido possui chuvas bem distribuídas durante o ano e verões quentes (Cfa na escala de Köppen), ocorrendo na maior parte do estado. Registra temperaturas médias anuais de entre 18 °C e 20 °C. O clima clima oceânico (Cfb) também apresenta chuvas bem distribuídas durante o ano, mas os verões são amenos. Ocorre nas porções mais elevadas do território sul-rio-grandense, isto é, na porção mais alta do planalto basáltico, e no Planalto Dissecado de Sudeste, registrando temperaturas médias anuais entre 13 °C e 17 °C.[64]
Quanto ao regime pluviométrico, a zona mais chuvosa do estado é a Serra Gaúcha, com precipitações ao redor de 1.900 mm, enquanto que a parte onde menos chove no estado é o extremo sul, com pluviosidade média anual em torno de 1.100 mm no município de Santa Vitória do Palmar.
Dos ventos que sopram no estado, dois têm denominações locais: o pampeiro, vento tépido, procedente dos pampas argentinos; e o minuano, vento frio e seco, originário dos contrafortes da cordilheira dos Andes.[64]
A temperatura mínima registrada no estado foi de -9,8 °C no município de Bom Jesus, em 1º de agosto de 1955,[66] enquanto a temperatura máxima registrada foi de 42,6 °C em Jaguarão, no sul do estado, em 1943.[67] Municípios comoUruguaiana, Lajeado e Campo Bom destacam-se em recordes de temperaturas altas no verão, registrando valores que, por vezes, chegam aos 40 °C.[68] O estado está ainda sujeito, no outono e no inverno, ao fenômeno do veranico, que consiste de uma sucessão de dias com temperaturas anormalmente elevadas para a estação.[68]

Vegetação

Dois tipos de cobertura vegetal ocorrem no Rio Grande do Sul: campos e florestas. Os campos ocupam cerca de 66% da superfície do estado. De modo geral recobrem as áreas de topografia regular, plana ou ligeiramente ondulada, ou seja, a depressão central e a maior parte do planalto basáltico.[70]
As florestas cobrem 29% do território estadual. Aparecem na encosta e nas porções mais acidentadas no planalto basáltico, no planalto dissecado de sudeste e, ainda, na forma de capões e matas ciliares, dispersas pelos campos, que recobrem o resto do estado. Nas áreas de maior altitude, com mais de 400m, domina a chamada mata de pinheiros, uma floresta mista de latifoliadas e coníferas, a chamada mata de pinheiros. Nas demais áreas ocorre a floresta latifoliada.[70]
Nos dois tipos de floresta está presente a erva-mate, objeto de exploração econômica desde o início do povoamento do estado. Em cerca de cinco por cento do território ocorre a vegetação do tipo litorâneo, que se desenvolve nos areais da costa.[70]

Ecologia

As unidades de conservação administradas pelo governo brasileiro são o Parque Nacional da Serra Geral, o Parque Nacional dos Aparados da Serra, o Parque Nacional da Lagoa do Peixe, a Floresta Nacional de Canela, a Floresta Nacional de São Francisco de Paula, a Floresta Nacional de Passo Fundo, a Área de Proteção Ambiental do Ibirapuitã, a Área de Relevante Interesse Ecológico Pontal dos Latinos e Pontal dos Santiagos a Estação Ecológica de Aracuri-Esmeralda, a Estação Ecológica do Taim, e o Refúgio de Vida Silvestre da Ilha dos Lobos.[71][72]
O estado, que foi pioneiro do movimento ecológico no Brasil,[73] hoje enfrenta uma série de problemas ambientais graves[74][75][76][77] e uma crônica carência de recursos materiais e humanos para a área,[78] e ostenta uma longa lista de espécies ameaçadas.[79][80] Por outro lado, muitos projetos do governo e iniciativas privadas estão tentando reverter este quadro sombrio e difundir a conscientização ecológica entre a população,[81][82][83][84][85] e já existe expressiva legislação ambiental.

Demografia

De acordo com o Censo 2010 o Rio Grande do Sul tinha uma polulação de 10.693.929 em 2010[87] , sendo mais populoso que Portugal) .
Dez anos antes , segundo o censo demográfico de 2000, o Rio Grande do Sul tinha uma população de 10.187.798 hab. Em 1991, o estado contava com 9.127.611 hab. Esses números mostram que a taxa decrescimento demográfico na última década foi de 1,2% ao ano, abaixo portanto da média do país como um todo (1,33% anuais). Em 2010, segundo cálculos do IBGE, era 5º estado mais populoso do país, e efetivamente, o mais populosa da Região Sul — abrigando cerca de 6% da população brasileira. Do total da população do estado, 5.488.872 habitantes pertencem ao sexo feminino e 5.205.057 habitantes ao sexo masculino (dados de 2010).
O Rio Grande do Sul é um estado em que a população urbana supera a rural. Segundo o censo demográfico de 2000, 80,8% da população moram em cidades. Nesse mesmo ano a densidade demográfica do estado chegou a 36,14 hab./km², mais de duas vezes superior à do Brasil como um todo (19,92 hab./km²).
A área mais densamente povoada do Rio Grande do Sul é a de Porto Alegre e municípios vizinhos, onde se registram densidades acima de 2.000 hab./km². Seguem-se o litoral norte e a encosta do planalto, a leste da serra Geral e o Vale do Taquari com densidades próximas de 50 hab./km². A zona do alto Uruguai, a noroeste, e as áreas centralizadas por Passo Fundo e Iraí, apresentam densidades entre 30 e 40 hab./km². No sul do estado, as densidades raramente ultrapassam 10 hab./km². Somente em torno de Pelotas a população aparece mais concentrada, chegando a mais de 20 hab./km². A capital do estado, é a décimacidade brasileira em população. Situada à margem do rio Guaíba, Porto Alegre tem um movimentado porto fluvial e é o mais importante centro industrial, comercial e cultural do Rio Grande do Sul. Forma com mais 30 municípios, área metropolitana da Região Metropolitana de Porto Alegre, que, com cerca de 4 milhões de habitantes, é a quarta maior aglomeração urbana do país.

Composição étnica

Os principais imigrantes em número foram os portugueses (em grande parte, açorianos), seguidos dos alemães e italianos, que vieram somar-se aos ameríndios e escravos africanos. Também podem-se citar entre os grupos de imigrantes minoritários: espanhóis, poloneses, austríacos, russos, judeus, árabes, japoneses, argentinos, uruguaios, entre outros. Atualmente, a população autodeclara-se da seguinte maneira quanto à raça: 82,3% como brancos, 11,4% como pardos, 5,9% como pretos e 0,4% como amarelos ou indígenas.[89]
No estado existiu a presença de três grandes grupos indígenas: guaranis, pampeanos e gês. Antes e mesmo depois da chegada dos europeus, esses grupos indígenas empreenderam movimentos migratórios característicos de seu modo de vida seminômade. Os guaranis ocupavam as margens da Lagoa dos Patos, o litoral norte do Rio Grande do Sul, as bacias dos rios Jacuí e Ibicuí, incluindo a região dos Sete Povos das Missões. Apesar da variedade de dialetos, o tupi-guarani era o tronco linguístico comum a esses grupos indígenas. Os pampeanos constituíram um conjunto de tribos que ocupavam o sul e o sudoeste do estado. Os gês possivelmente eram os mais antigos habitantes da banda oriental do rio Uruguai. É provável que essas tribos começaram a se instalar na região por volta do século II a.C. Os gês do atual Rio Grande do Sul foram dizimados pelos bandeirantes, guaranis missioneiros, colonizadores portugueses e ítalo-germânicos. Ainda hoje existem pequenos grupos que vivem nas reservas de Nonoai, Iraí e Tenente Portela, e que lutam para manter suas identidades. São eles os mbyás-guaranis e os caingangues.[carece de fontes]
Africanos e afrodescendentes escravizados foram levados para os territórios do atual Rio Grande do Sul desde os momentos iniciais da ocupação luso-brasileira do litoral, no início do século XVIII. Esse processo se acelerou com a produção de trigoe, a seguir, de charque, a partir de 1780. A produção pastoril e a urbana apoiaram-se também fortemente no trabalho do negro escravizado. Inicialmente, os africanos escravizados no Rio Grande do Sul foram trazidos, em grande número, da costa da atual Angola, em geral desde o porto do Rio de Janeiro.[90] O Rio Grande permaneceu sempre como capitania e província com forte população escravizada, tendo conhecido forte exportação de cativos nascidos no Sul para São Paulo, na segunda metade do século XIX. Fato singular no processo demográfico do Brasil, a população escravizada rio-grandense continuou-se expandindo, mesmo após o fim do tráfico transatlântico de trabalhadores escravizados, em 1850. Foi também muito forte a resistência dos trabalhadores escravizados no Rio Grande do Sul, através de fugas sistemáticas, com destaque para o período da Guerra dos Farrapos, formação de pequenos quilombos, resistência ao trabalho, organização de insurreições.[91]

Economia

ntre os principais produtos agrícolas gaúchos, destacam-se o arroz (5,2 milhões de toneladas), a soja (7 milhões de toneladas), o milho (6 milhões de toneladas), a mandioca (1,3 milhão de toneladas), a cana-de-açúcar (1 milhão de toneladas), a laranja (2 bilhões de frutos) e o alho (24 mil toneladas).
No Rio Grande do Sul, destacam-se os rebanhos bovino (13,6 milhões de cabeças), ovino (4,9 milhões de cabeças) e suíno (4,2 milhões de cabeças). Além disso, a criação de galináceos chega a 112 milhões de aves.
O estado abriga grandes reservas de carvão mineral e de calcário. A extração de água mineral é também importante (aproximadamente 92 milhões de litros anuais).
O parque industrial gaúcho, em franca expansão, dedica-se principalmente aos ramos petroquímico, tabagista, de calçados, de construção, de alimentos e automobilístico.
Graças às paisagens diversificadas, o Rio Grande do Sul atrai turistas por diversos propósitos. Há, no extremo norte, as praias de Torres, vizinhas ao Parque Nacional de Aparados da Serra, que tem se destacado como importante destino de ecoturismo. Os turismos gastronômico (na região de Bento Gonçalves, produtora de vinho) e histórico (na região das missões jesuíticas de São Borja e São Miguel) também são dignos de menção. A capital, Porto Alegre, além de centro cultural de relevância nacional, tem servido de sede de grandes encontros internacionais, especialmente para assuntos relacionados ao Mercosul.
O Rio Grande do Sul dispõe de extensa malha ferroviária, que serve todo o seu território. Além disso, destaca-se a rede de estradas federais e estaduais, que soma aproximadamente 152,2 milquilômetros. Porém, apenas 10,3 mil quilômetros são pavimentados.

Indústria

O Rio Grande do Sul é um dos estados com maior grau de industrialização no país. O principal gênero de indústria é o de produtos alimentícios, responsável por substancial parcela do valor da produção fabril. Seguem-se a metalurgia e as indústrias mecânica, química, farmacêutica, de vestuário e calçado e de madeira e mobiliário.
A área industrial da região de Porto Alegre é a mais desenvolvida do estado. Os principais produtos são carnes frigorificadas, charques, massas alimentícias e óleo de soja. A indústria de calçados e artefatos de couro destaca-se particularmente em Novo Hamburgo, Sapiranga e Campo Bom, e em praticamente todos os outros municípios do Vale dos Sinos. A indústria mecânica e metalúrgica alcançam também considerável expressão, sobretudo em Porto Alegre, Novo Hamburgo, São Leopoldo e Canoas, além de Gravataí, Sapucaia do Sul, Esteio e Sapiranga que possuem grandes empresas do ramo e que também pertencem a Região Metropolitana de Porto Alegre. A esses centros junta-se São Jerônimo, que abriga a usina siderúrgica de Charqueadas.
Outra área industrial é a chamada região de colonização antiga, na qual se integram os municípios de Caxias do Sul, Garibaldi, Bento Gonçalves, Flores da Cunha, Farroupilha e Santa Cruz do Sul. A atividade fabril é marcada pela produção de vinho e beneficiamento de produtos agropastoris, tais como couro, banha, milho, trigo e fumo.
No restante do estado encontram-se diversos centros industriais dispersos, todos ligados ao processamento de matérias-primas agropastoris. Destacam-se nesse grupo Erechim, Passo Fundo, Santa Maria,Santana do Livramento, Rosário do Sul, Pelotas, Rio Grande e Bagé.

Turismo

O Rio Grande do Sul é um estado com vastas opções de turismo. O estado recebe anualmente cerca de 2,0 milhões de turistas de fora do país. As praias do litoral norte nas cidade de Capão da Canoa,Tramandaí e Torres são as mais conhecidas no estado, esta última apresentando falésias. São três pedras que ficam na beira do mar, sendo que uma delas avança mar adentro em uma altura de 30 metros. No litoral sul destaca-se a praia do Cassino, em Rio Grande, constante no Guiness Book como a maior praia do mundo. Também destacam-se as praias da Laguna dos Patos, principalmente as praias de São Lourenço do Sul, Tapes e Pelotas (Praia do Laranjal).
As serras atraem milhares de turistas todos os anos, no inverno e verão. As cidades de Gramado e Canela são conhecidas na época de Natal pela decoração das cidades, juntamente com os parques natalinos. No inverno, os turistas visitam essas cidades juntamente com Caxias do Sul, São José dos Ausentes e Cambará do Sul, devido às temperaturas baixas, muitas vezes negativas e com a possibilidade de queda de neve, para a felicidade dos turistas.
Nas mesmas se encontram os cânions de Itaimbezinho e da Fortaleza, os quais são dos maiores do Brasil. Em Gramado acontece o Festival de Cinema. Na conhecida como "Pequena Itália", em que se localizam as cidades de Caxias do Sul, Bento Gonçalves e Garibaldi, pode-se encontrar as melhores vinícolas do Brasil. Ainda a oeste, se encontram as Missões Jesuíticas, nas cidade de São Miguel das Missões e arredores.
Embora com menor destaque turístico, a região de Pelotas, reconhecida por ser o município brasileiro do doce e por possuir grandes monumentos e prédios tradicionais e seculares, vem alcançando destaque com a festa anual denominada Fenadoce.
Outro destaque do turismo rio-grandense é a Oktoberfest, uma festa de cultura alemã, realizada em várias cidades gaúchas, e a Festa da Uva, realizada de 2 em 2 anos pela cidade de Caxias do Sul.

Pontos turísticos

Além dos monumentos históricos e das festas religiosas e populares, destacam-se na capital o palácio Piratini (sede do governo estadual), a catedral metropolitana, aigreja Nossa Senhora das Dores, o parque Farroupilha, o auditório Araújo Viana, a ponte móvel da travessia Getúlio Vargas, o morro Santa Teresa (cujo belvedere proporciona uma visão panorâmica da cidade), o Theatro São Pedro, e o hipódromo do Cristal.
No litoral contam-se alguns balneários conhecidos. Os principais são os de Torres, com as praias Grande, da Guarita, da Cal e a Prainha; e os de Rio Grande, com a praia do Cassino, os molhes da barra, o Navio Altair, entre outros, sem esquecer da praia da Capilha, na Lagoa Mirim. Em Capão da Canoa, estão localizadas as praias de Araçá, Arco-Íris, Guarani, Zona Nova, Noiva do Mar, Rainha do Mar eCapão Novo; em Tramandaí, as praias Jardim Atlântico, Oásis do Sul e Jardim do Éden.
Entre os pontos de interesse turístico da zona serrana, destacam-se as cidades de Canela, Gramado e São Francisco de Paula, com parques e cascatas. Também na região serrana se encontram as cidades de Caxias do Sul e Bento Gonçalves, centros de produção vinícola.

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